Em uma pequena cidade do Leste de Minas Gerais a pecuária leiteira é a principal atividade econômica. Pessoas simples mas bem trajadas, com chapéus, botas, camisas coloridas cavalga pelas ruas calçadas com pedras. Cerca de 20 minutos de viagem de carro dali mora um produtor que tem se destacado na atividade. Há alguns anos atrás ele era apenas um funcionário de uma grande propriedade. Mas a situação tem mudado. Em seu pedaço de terra ele cultiva a cana, fez piquetes e cuida do manejo do seu gado. Diariamente, cerca de 100 litros de leite saem de seu curral.
Essa
pequena cidade com aproximadamente 4 mil habitantes fica na microrregião de
Aimorés. Com apenas 17 anos de emancipação, Goiabeira, reúne em seu território
diversos pequenos produtores.
O
produtor que foi apresentado acima é Manoel Vicente Ferreira. Ao lado de sua
esposa, e “braço direito”, dona Leci Marques da Silva Ferreira, estão mostrando
aos demais que é possível crescer.
“Der”,
como ele é conhecido, tem uma história longa dentro da pecuária. “Comecei ainda
criança”, afirma. Mas o seu desafio maior começou há 7 anos, quando ele
adquiriu seu pedaço de terra. São cerca de três alqueires. Antes disso,
trabalhou nos Estados Unidos da América, juntou um dinheiro e depois que voltou
reuniu suas economias e comprou sua atual propriedade.
Os
desafios eram grandes. Por isso, não conseguiu abandonar de vez a prestação de
serviços para outros produtores maiores. Pai de quatro filhos, ele não pode se
aventurar sem pensar nas consequências vindouras.
Em
2009, conheceu uma ração diferenciada. De uma certa cooperativa do Espírito
Santo. A Coopeavi, até então uma empresa desconhecida na região. Mas mesmo
assim, enxergou naquele produto uma alternativa viável, já que a seca é feroz
no município e na época da seca há necessidade de complementação na alimentação
do gado.
Mesmo
com um produto de qualidade a produção de leite não deslanchava. Hoje ele
admite que a falta de conhecimento prejudicou seus anseios. “Eu queria
trabalhar com leite e estava colocando Nelori com a vaca de leite”, analisa.
Ele
conheceu o médico veterinário da Coopeavi, expôs a situação e recebeu
orientações preciosas para sair daquela situação. No entanto, ele precisava de
abrir as porteiras de sua propriedade e fazer parte da cooperativa para receber
a Consultoria Técnica e aceitar as mudanças propostas pelos profissionais da
Coopeavi.
Ele
e outros produtores aceitaram mais esse desafio. A Coopeavi chegou de vez na
cidade e mudou o quadro para todos os produtores. “A chegada da Coopeavi
balizou o preço da ração”, enfatiza. Ele complementou dizendo que as rações de
qualidade inferior estavam sendo comercializadas na cidade a preços superiores
ao valor que a cooperativa fixou. Os pequenos produtores eram quem mais sofriam
com essa situação, pois o grande comprava carretas fechadas e tinha poder de
negociação.
Há
aproximadamente um ano trabalhando junto com a cooperativa ele já vê uma
reviravolta na sua produção e manejo. Quando começou a parceria ele tinha 10
vacas, que juntas produziam 30 litros de leite. Mesmo com a baixa
produtividade, o pasto não era suficiente. “Tínhamos que pagar pasto todo ano”,
conta.
Depois
que ele passou a fazer parte do quadro de cooperados, sua propriedade passou a
ter dois profissionais para pensar junto com ele, em sua propriedade, em
soluções para aumentar a produtividade. O técnico Agrícola Alan Nascimento e o
médico Veterinário Felipe Jorge Carvalho, ambos integrantes do corpo técnico da
Coopeavi, acompanha a evolução do “Der”.
“Fui
orientado a fazer piquetes e fizemos análise de solo para plantar
cana-de-açúcar, além de mudanças na estrutura do curral e inseminar as vacas”,
conta. Ele não hesitou e começou a trabalhar para fazer cercas novas. Ele
implementou a novidade em uma baixada úmida de sua propriedade. Fez 27 piquetes,
inseminou as vacas e construiu uma estrutura ousada para fazer a ordenha do
leite. A mudança de hábito gera desconfiança para quem está vendo de fora.
“Muitos passavam na estrada e diziam que eu estava furando buraco na água”,
relembra.
Ele
não desistiu. Continuou centrado, seguindo as orientações dos nossos técnicos.
Com a nova estrutura e ele distribuiu as vacas nos piquetes e deu início ao
rodízio. A ordenha passou a ser feita duas vezes ao dia. O resultado foi
imediato. Sua produção aumentou muito. Pouco depois das mudanças, com o mesmo
plantel de vacas que ele tinha antes de começar o trabalho com a Coopeavi, ele
passou a produzir diariamente 100 litros de leite, ou seja, mais que triplicou
sua produção.
Hoje
ele tem 15 vacas, 17 bezerros e um cavalo. E o pasto? Como está o capim? “Mesmo com mais animais o pasto está
sobrando”, afirma. Ele ainda complementa: “Com a cooperativa fazendo análise de
solo, aumentamos o canavial e melhorei a pastagem”, destaca.
A
Consultoria Técnica da Coopeavi foi fundamental para esse case de sucesso do
cooperado Manoel Vicente. A qualidade das rações produzidas pela cooperativa
também foi outro fator primordial para o sucesso dele.
Essa
foi apenas a primeira fase do trabalho conjunto com o produtor. “Nesse primeiro
momento a cooperativa o ajudou a fazer a estruturação da propriedade, agora
vamos trabalhar nos detalhes”, explica o veterinário Carvalho. Ele conta que já
está trabalhando para aumentar a quantidade de piquetes, de 27 para 41. Há
aproximadamente 6 meses ele colocou um resfriador em sua propriedade e recolhe
o leite dos demais produtores vizinhos. “A região tem potencial para produzir
diariamente mais de mil litros”, projeta.
O
curral dele foi construído já projetando essa evolução, sua estrutura está
preparada para receber um ordenha automática. O espírito cooperativista já
tomou conta do senhor Manoel. “Quero expandir e dividir esse conhecimento que
obtive com essa experiência com os meus vizinhos”, comenta.
Hoje
ele se tornou uma referência na região. Suas bezerras, fruto da inseminação
artificial, já são comercializadas a um preço diferenciado. “Vendi há poucos
dias uma bezerra por R$1 mil e se tivesse 30, as venderia a qualquer momento”,
pontua.
Para
ele a falta de consultoria técnica para o pequeno produtor é uma deficiência de
várias propriedades da região. A Coopeavi está mudando essa realidade, assim
como o trabalho está sendo feito em todo o Espírito Santo, agora também em
Minas Gerais.
A
cooperativa está sempre capacitando seus profissionais para levar soluções
inovadoras. Mas mudar de atitude é uma decisão que o senhor Manoel tomou e
indica para os demais produtores e ainda dá uma dica essencial: “O proprietário
precisa querer melhorar”.
Por Domicio Faustino/Coopeavi